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A recuperação da economia brasileira após a recessão de 2015-2016 continua lenta. O crescimento real per capita caiu 8% desde o início da recessão em 2014, e a pobreza e a desigualdade estão aumentando. Embora a taxa de desemprego tenha caído neste ano, ainda é alta em comparação com os níveis anteriores à crise.
Para impulsionar o crescimento e gerar mais empregos, o Brasil precisa buscar vigorosamente as reformas previdenciária e tributária, a abertura comercial, o investimento em infraestrutura e reformas financeiras importantes, afirmou o FMI em sua última avaliação econômica anual.
Por exemplo, a reforma da previdência que está sendo discutida no Congresso brasileiro é um passo importante para rejuvenescer a economia do país. Continuar a implementar políticas como essas — parte importante da agenda do governo — será crucial para melhorar o crescimento do Brasil no futuro.
A seguir, apresentam-se seis gráficos que contam essa história:
- A recuperação da economia brasileira continua lenta, mas a previsão é que se fortaleça em 2020. Após a recessão de 2015-2016, o PIB real cresceu apenas 1,1% em 2017 e 2018. O crescimento deve permanecer moderado, em 0,8%, em 2019. A aprovação da reforma da previdência — ora tramitando no Congresso — e avanços rumo à finalização e implementação da agenda de reformas estruturais do governo elevariam o crescimento do PIB para 2,4% em 2020.
- Colocar a dívida — atualmente em 88% do PIB — em uma trajetória mais sustentável é fundamental para o crescimento econômico. A dívida pública é alta para os padrões internacionais e está aumentando, expondo o Brasil a riscos de sustentabilidade da dívida.
- A reforma da previdência, ora em tramitação, é um primeiro passo essencial para reduzir a dívida. As despesas com aposentadorias e salários públicos representam uma grande parte do total do gasto público. Na ausência de reformas, os gastos previdenciários devem aumentar substancialmente, empurrados pelo envelhecimento da população brasileira. Além de ser insustentável, o sistema atual também é ruim para a distribuição de renda . A reforma da previdência ora em discussão no Congresso também é fundamental para colocar a dívida em uma trajetória sustentável.
- Medidas destinadas a melhorar o sistema tributário ajudarão a atrair investimentos. O sistema tributário brasileiro é complexo. Por exemplo, o ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, é importante em termos de arrecadação. No entanto, também está repleto de substanciais distorções e isenções. Em vista da carga tributária relativamente alta, a reforma tributária deve procurar harmonizar o sistema e reduzir as isenções fiscais caras e distorcivas e, ao mesmo tempo, manter o nível de arrecadação. A simplificação do sistema tributário também impulsionaria o investimento privado. Uma reforma neutra em termos de receitas é uma das prioridades do governo e poderia acompanhar a reforma previdenciária.
- Uma abertura beneficiaria a economia brasileira. O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo devido a barreiras tarifárias e não tarifárias. Abrir-se mais para o comércio é essencial para aumentar a competitividade e poderia dar ao investimento um estímulo bastante necessário. Nesse sentido, o recente acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul e os esforços para cumprir os códigos de liberalização da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) oferecem importantes oportunidades para promover a integração comercial .
- Eliminar o grande déficit de infraestrutura aumentaria a produtividade. O estoque de capital público e a qualidade da infraestrutura do Brasil são inferiores aos de países semelhantes devido ao baixo investimento público — sobretudo em infraestrutura — nas duas últimas décadas. Reduzir o déficit de infraestrutura exigirá que os recursos dos investimentos públicos sejam gastos de forma mais eficaz e complementados pela mobilização de capital privado por meio de concessões.