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Gráfico da Semana

Gráfico da semana: As emissões mundiais de carbono voltam a aumentar

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Após uma evolução positiva no início da década, as emissões mundiais de carbono começaram a aumentar novamente. Essa tendência recente coloca o mundo numa trajetória perigosa: para diminuir o ritmo das alterações climáticas, é preciso reduzir as emissões de carbono.

Nosso gráfico da semana, extraído da mais recente edição do relatório World Economic Outlook do FMI, mostra que as emissões aumentaram 1% em 2017 e mais 2% em 2018. A China tem sido um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões desde a virada do século, mas seu impacto foi menor nos últimos anos, à medida que o país ampliou o investimento em energia renovável e o setor de serviços ultrapassou a indústria como motor do crescimento econômico. A Índia e outros mercados emergentes, por outro lado, estão ocupando parte desse espaço. Em 2018, as emissões caíram em todas as economias do Grupo dos Sete, com a exceção dos Estados Unidos, cujas emissões aumentaram devido à retomada da produção industrial e, possivelmente, ao mau tempo .

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Para elucidar os fatores envolvidos no aumento recente das emissões, pode-se decompor o aumento total das emissões de carbono como a soma do aumento da intensidade de carbono (emissões de carbono por unidade de energia), da intensidade energética (uso de energia por unidade do PIB), do PIB per capita e da população.

O declínio da intensidade energética e da intensidade de carbono contribuiu sistematicamente para reduzir o aumento das emissões de carbono nos últimos cinco anos. Contudo, em 2018, a contribuição da intensidade energética para essa redução foi menor, possivelmente por causa de uma retomada cíclica da produção industrial mundial. Em consequência, esses fatores não conseguiram compensar o aumento das emissões de carbono em função do crescimento da população e, sobretudo, da renda per capita mundial, que se recuperou em 2017 e 2018.

A boa notícia é que a queda na intensidade de carbono em 2018 foi superior à de anos anteriores, à medida que o vento, o sol e o gás natural continuaram a substituir pouco a pouco o carvão como fonte de energia preferencial no setor energético de todos os principais emissores.

No entanto, as autoridades devem continuar a adotar políticas destinadas a refrear o apetite por carvão e outros combustíveis fósseis poluentes. Por exemplo, elevar o preço das emissões de carbono aceleraria a transição energética atual para fontes de energia hipocarbônicas, e subsídios à pesquisa e desenvolvimento aumentariam a eficiência energética.

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Christian Bogmans é economista da Unidade de Commodities do Departamento de Estudos do FMI. Seus principais campos de pesquisa são a economia do meio ambiente e da energia e o comércio internacional, com ênfase na relação entre comércio, recursos naturais e meio ambiente. Antes de ingressar no FMI, foi professor adjunto na Universidade de Birmingham, no Reino Unido. É doutor em Economia pela Universidade de Tilburg.

Akito Matsumoto é economista sênior na Unidade de Commodities do Departamento de Estudos do FMI, onde monitora a evolução do mercado de commodities e estuda seus vínculos com a economia mundial. Foi economista no Nomura Research Institute e na Nomura Securities Co. antes de ingressar no programa de doutorado da Universidade de Wisconsin. Além disso, trabalhou no Banco da Inglaterra e no Conselho de Governadores durante seus estudos de pós-graduação.

Andrea Pescatori é economista do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. Seus estudos concentram-se no campo da política monetária, política fiscal e preços das commodities. Já publicou no Journal of Money Credit and Banking, na série IMF Staff Papers, no Economic Journal e no Journal of European Economic Association. Antes de ingressar no FMI, foi membro do Ente Einaudi (Banco da Itália) e economista no Federal Reserve Bank de Cleveland, além de economista visitante da Divisão de Finanças Internacionais do Conselho de Governadores do Federal Reserve System. É doutor em Economia pela Universitat Pompeu Fabra.