Empoderar as mulheres é crucial para a economia e a população de todo o mundo
Oito de março é o Dia Internacional da Mulher, uma data que nos convida a refletir sobre a luta pela maior igualdade de gênero. As origens deste evento anual remontam a mais de um século, mas seu foco no respeito e nas oportunidades para as mulheres continua incrivelmente relevante por vários motivos – desde o assédio sexual e a violência até as leis desiguais e a injustiça no ambiente de trabalho, onde tantas vezes as mulheres desempenham atividades precárias, mal remuneradas e sem perspectivas de promoção.
O tratamento desigual ou discriminatório pode marginalizar as mulheres e impedir sua participação como indivíduos produtivos com uma contribuição inestimável a dar à sociedade e à economia. Mas quando considero o rico mosaico de organizações e pessoas que podem fazer a diferença para garantir a igualdade de oportunidades para as mulheres, vejo também um papel crucial a ser desempenhado pelas autoridades. Elas podem usar suas posições para formular políticas que ajudem as mulheres e as meninas a ter acesso ao que precisam para ter uma vida gratificante: educação, serviços de saúde, transporte seguro, proteção legal contra o assédio, serviços financeiros e modalidades de trabalho flexíveis.
O FMI recomenda aos países membros esse tipo de medidas de políticas e trabalha com muitos governos para analisar como as políticas afetam as mulheres. Nos últimos anos, temos dado mais ênfase ao empoderamento da mulher precisamente porque, além das importantes considerações éticas, trata-se também de uma oportunidade perdida na busca da estabilidade macroeconômica e do crescimento inclusivo – as áreas de especialidade do FMI.
Nossos estudos mostram, por exemplo, que se o emprego das mulheres se equiparasse ao dos homens, as economias seriam mais resilientes e o crescimento econômico seria mais elevado. Nossas novas estimativas revelam que, para os países na metade inferior de nossa amostra em termos de desigualdade de gênero, fechar a lacuna de gênero no emprego poderia incrementar o PIB em 35%, em média, e 7 a 8 pontos percentuais dessa melhoria se referem a aumentos de produtividade graças à diversidade de gênero. Ter uma mulher a mais na alta administração ou diretoria executiva de uma empresa – sem alterar o número de altos executivos – eleva entre 8 e 13 pontos-base o retorno sobre os ativos. Se os bancos e supervisores financeiros aumentassem a proporção de mulheres em altos cargos, o setor bancário também seria mais estável.
Os 189 países membros do FMI enfrentam muitos desafios diferentes, mas empoderar as mulheres ainda é um denominador comum e um imperativo mundial para todos aqueles que se preocupam com a igualdade e a diversidade, assim como com a produtividade e o crescimento de sociedades e economias mais inclusivas. Se o fizermos, todos teremos a ganhar.